A voz do silêncio - Resenha crítica - H. P. Blavatsky
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A voz do silêncio - resenha crítica

A voz do silêncio Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Espiritualidade & Mindfulness

Este microbook é uma resenha crítica da obra: The Voice of the Silence

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-8531516122

Editora: NewPOP

Resenha crítica

Um livro vivo 

A primeira publicação do livro A voz do silêncio: Pequena Grande Enciclopédia Da Espiritualidade Universal  tem quase 60 anos, mas seus impactos duram até os nossos dias. Este é um livro vivo, não se resume apenas ao que foi escrito, pois gera muita repercussão a cada nova leitura e reimpressão. 

Foram muitas edições, sendo 14 delas logo nos primeiros anos a partir da primeira publicação. Não se trata de um livro morto e de vida curta: você tem diante de seus olhos uma obra de muita popularidade e que ultrapassa as gerações.

A escritora russa H. P. Blavatsky foi a  responsável pela sistematização da moderna Teosofia e co-fundadora da Sociedade Teosófica. Viveu no século XIX e teve inúmeros livros publicados. 

A Voz do Silêncio foi escrito em Fontainebleau e publicado pela primeira vez em 1889, num período em que Blavatsky descansava de suas atividades, pois viajava ao redor do mundo para disseminar os ensinamentos publicados em seus muitos livros. 

A linguagem poética de A Voz do Silêncio reúne um panorama sucinto do caminho que leva à santidade e à iluminação, com diversas recomendações práticas para os aspirantes a uma vida espiritual de paz interior. 

O livro está dividido em três grupos de fragmentos, nos quais pequenas frases vão se juntando para formar um todo cheio de conteúdo para ouvir a voz que nos orienta. 

A voz do silêncio

As instruções dadas neste livro são fundamentais para um maior autoconhecimento de todos aqueles que ignoram os perigos dos Iddhis inferiores. Iddhis são as faculdades psíquicas, os poderes anormais presentes dentro de nós, para muito além das meras reações químicas que compõem o corpo.

Afinal, não somos compostos apenas pela matéria, somos seres espirituais e os Iddhis inferiores derrubam nossa maneira de interagir com o mundo. 

A voz muda, a voz do silêncio, o som quieto é o que a autora chama de Nâda. É algo invisível, mas que nos orienta para os melhores caminhos a se tomar. E se queremos ouvir esta voz, precisamos entender o que é a Dhâranâ. Trata-se da intensa concentração da mente. 

Quando passamos por um processo de meditação, por exemplo, nos concentramos intensamente no silêncio e em nosso interior, de maneira a esquecer tudo o que faz barulho do lado de fora e pode nos distrair nesse processo de autoconhecimento. 

E quando ficamos indiferentes aos sons exteriores e nos concentramos no interior, percebemos que os pensamentos podem produzir ilusões que nos levam a enxergar o mundo de uma maneira irreal e ilusória. 

A mente é o grande Assassino do Real

Não há quem destrua tanto a realidade quanto a própria mente. Ela é a única responsável por toda e qualquer distorção na percepção do que vemos ao redor.

Por isso, os discípulos de H. P. Blavatsky são instruídos a matar o assassino, ou seja, não se deixar dominar pela mente, mas dominá-la, controlando-a e entendendo melhor como ela funciona. 

Há momentos em que a própria forma de ser, sentir e lidar com a realidade parece  irreal, como se toda a vida não passasse de um sonhos. É quando acreditamos que tudo está feito de maneira errada e a vida não está valendo a pena. 

Nesses momentos, podemos nos sentir como se estivéssemos em meio a uma multidão barulhenta, que nos impede de parar para raciocinar com a devida calma que o momento exige. É esta calma e este silêncio que nos permitem entender com detalhes o que está sendo mal administrado e necessita de alterações. 

O discípulo precisa matar o assassino, precisa ouvir melhor o que seu interior quer dizer e dominar a própria mente. Muito ruído nos impede de ouvir o que realmente importa.  

A harmonia interior

Os olhos carnais estão cegos e nos mostram ilusões. Ao seguirmos cada uma delas como principal objetivo de vida, não chegamos a lugar algum. Podemos ver nisso uma carreira profissional bem-sucedida ao passar por cima dos outros, o dinheiro em excesso e outros luxos que não levamos quando deixamos de existir nesse mundo.

Precisamos enxergar e ouvir com a alma. Para isso, é necessário chegar uma harmonia interior que apenas o silêncio é capaz de proporcionar.

Murmúrios internos são como bramidos de elefantes ou mesmo uivos de lobos do lado de fora, aterrorizando a noite de quem não chegou em casa. Precisamos estar surdos a todos eles, que apenas nos transmitem medo, temores e incertezas. 

Quando voltamos nossa atenção para o interior, compreendemos que ouvi-lo nos deixa à frente dos que tanto insistem apenas em falar, vociferando um monte de palavras vazias, esquecidas logo que fecham a boca. 

Compreender o que nossa alma tem a dizer nos leva automaticamente a um silêncio. Porque o barulho que vem de fora nos impede de ouvi-la. Quando somos capazes de dar-lhe a devida atenção, ela é capaz de moldar nossa mente, como se estivesse diante de uma obra feita de argila, com mãos colocando-a no formato desejado. 

E se o formato desejado é de uma mente em paz, o trabalho conjunto com vindo da Alma nos permite enxergar com mais claridade o mundo ao redor. Busque ser guiado pela alma, dê ouvidos a ela e note as mudanças na maneira de encarar os problemas. 

Seu ouvido interno falará 

Quando nos sentimos capazes de usar o ouvido interno, aquele que escuta os dizeres da alma, é como se nos banhássemos de uma luz de sabedoria. É como se a alma cantasse uma melodia suave para nossos ouvidos, trazendo a tranquilidade necessária para encontrar os caminhos adequados, rumo à resolução dos problemas. 

Saber escutar a alma é atentar-se ao silêncio e não se deixar levar pela rotina urbana, de correria e muito barulho no trânsito, no ambiente de trabalho e em todos os outros lugares cheios de agitação, que não nos deixam ter momentos a sós com nós mesmos.

Pense, por exemplo, há quanto tempo você não tem um tempinho para apenas ouvir, sem se deixar levar por redes sociais, celulares e chamadas de quem precisa de sua atenção por alguns minutos. 

Pois é o seu interior quem mais precisa ser ouvido. Nos momentos em que nos debulhamos em lágrimas e não sabemos por qual motivo tanta tristeza nos abateu, temos a constatação de que a falta de diálogo com o próprio interior nos deixou surdos à nossa alma. 

Conhecendo a ti mesmo

É impossível ouvir a alma quando não se conhece o próprio interior. No caminho percorrido por cada um de nós ao longo de nossos dias, passamos por tristezas e alegrias, raivas e momentos de contentamento, em meio a uma série de terríveis provações com as quais nos cruzamos na vida adulta. 

Elas funcionam como armadilhas para nos impedir de ter uma maior conexão com a própria alma. 

Somos seres múltiplos e por isso não devemos ignorar a condição de sermos únicos no mundo como algo impossível. Por vezes, todo o barulho que nos impede de enxergar e ouvir o próprio interior é uma maneira de camuflar a multiplicidade de pessoas dentro de nós. 

Para que possamos ter pleno conhecimento do eu interior, é necessário primeiramente entender o mundo e renunciar a toda forma de ruído que nos impede de repousar e ter momentos de encontro com o interior, seja por meio de meditação ou mesmo pelo silêncio completo. Os momentos de repouso são de extrema doçura.

Mas só é possível chegar a eles quando renunciamos a toda a barulheira lá fora, quando nos permitimos ouvir um pouco mais de nós. É necessário olhar para si para entender a si mesmo. 

Quais são seus defeitos e suas fraquezas? Onde estão suas forças e habilidades? Em quais momentos de sua vida você se sente menos apto a entender os motivos de não ouvir a própria voz interna? 

Se você não é capaz de responder a essas perguntas, precisa investigar muito mais de si para conhecer-se melhor e então partir em busca do silêncio que tanto ensina.

A Árvore do Conhecimento

A autora utiliza o termo Árvore do Conhecimento para se referir ao nosso corpo no momento em que temos pleno conhecimento de suas habilidades e limitações, bem como o escutamos para entender em sua plenitude os motivos que nos levam a não atingir objetivos por nós traçados. 

Devemos nos recusar a ser dominados pelas mentes e entender quais são nossas virtudes e perfeições, bem como quais os melhores caminhos a ser seguidos para a total conexão com esse silêncio que nos torna ainda mais conectados com nosso lado espiritual. 

Para nos aproximarmos do maior conhecimento sobre nós, é necessário separar a erudição da cabeça da sabedoria da Alma, valorizando a doutrina do olho tanto quanto a doutrina do coração, ou seja, tendo em mente que o mundo espiritual é tão ou mais importante quanto a vida prática e material. 

Os sete portais

O guru Upâdya, uma das fontes de H.P. Blavatsky, ressalta a existência de sete portais para chegar ao caminho da plena conexão com a Alma. Cada é aberto com uma chave que abre caminhos e nos trazem mais sabedoria. Essas chaves são as seguintes: 

  1. Dâna: a chave da caridade e amor imortal;
  2. Shila: a chave da Harmonia nas palavras e atos, que equilibra causa e efeito;
  3. Kshânti: a paciência para saber que pouco podemos alterar no mundo;
  4. Virâga: indiferença ao prazer e à dor;
  5. Vírya: a energia que nos ajuda a superar as mentiras para chegar à verdade suprema;
  6. Dhyâna: trata-se da porta, que, quando aberta, nos permite contemplar o mundo tal qual ele é; 
  7. Prajnâ: última chave a abrir a porta que nos permite enxergar-nos como deuses de nossos destinos. 

Tudo é transitório

Em nossas vidas, tudo é transitório, nada é para sempre. Dentro de cada um de nós, há luz suficiente para iluminar mesmo nossos dias mais escuros. 

Trate as feridas de sua alma, para que ela seja uma passagem rumo à porta de equilíbrio. Pense sempre em seu interior como um boneco de argila, podendo ser moldado conforme sua vontade. Quanto mais se dedicar a ouvir o que seu espírito tem a dizer, mais bonito ficará esse modelo de argila. 

Esteja vigilante, atento e ouça o que sua Alma diz. A voz do silêncio é o melhor som emanado por seu interior. 

Notas finais 

Os inúmeros estímulos diários nos impedem de ouvir o som mais importante: o da própria alma, que nos tranquiliza e traz paz. 

H. P. Blavatsky é certeira ao eleger a voz do silêncio como a única que merece nossa atenção a todo momento, especialmente quando nos sentimos perdidos. Porque sem ouvir o que nossa alma tem a dizer, não sabemos aonde chegar e seguimos perdidos numa vida sem propósito. 

Pare, escute, ignore os ruídos lá fora. Dê ao seu interior a atenção que ele merece!

Dica do 12’

Depois de entender um pouco mais sobre como ouvir a voz dentro de si, leia o microbook O Caibalion e aplique as leis do universo da melhor maneira para viver em plena paz espiritual. 

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Quem escreveu o livro?

Helena Petrovna Blavatsky, uma teórica russa do século XIX, filósofa e conhecedora dos principais conceitos espirituais, foi uma prolífica escrit... (Leia mais)

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